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quarta-feira, 25 de junho de 2008

Euro 2008 - Hoje, o que eu queria mesmo...

... era que a Turquia mandasse o Ballack e Cª para casa, com o rabinho entre as pernas e com uma-data-deles a zero.
Como, pelo menos esta última parte, me parece altamente improvável, vou ficar a torcer para que os turcos ganhem nos últimos 30 segundos dos descontos, com um penalti descaradamente inventado pelo árbitro, em que o esférico, depois de ir direitinho ao poste ou à trave, ressalta na nuca do Lehman e, num segundo ressalto, desvia-se em direcção ao interior da baliza, acabando por ser interceptado pelo Lehman ... mas, segundo o árbitro, já uns claríssimos 5 cm para lá da linha de golo ;D

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Lei de Murphy

Na sua essência a lei de Murphy exprime que "se alguma coisa tiver a mais remota hipótese de correr mal, correrá mal". E como corolário: "Quando as coisa já não podem piorar, pioram". Parece que agora os combustíveis estão a esgotar-se nos postos de abastecimento (por falta de abastecimento dos mesmos). Lá para o final da semana, só me resta levar uma cama para o trabalho e pernoitar por lá, a menos que já existam por aí unidades de "energia positiva" para alugar ou vender. Uma coisa temos de reconhecer: a recente campanha da Galp foi absolutamente visionária:

(felizmente a minha viatura é bem menor do que um autocarro e só precisa de circular na área metropolitana de Lisboa).

E assim, depois do meu fim de semana fantástico, cumpriu-se mais um postulado da lei de Murphy: "Se está na maior, não se preocupe. Há-de passar-lhe."
Não há direito!
F***-se!

domingo, 4 de maio de 2008

Já não há pachorra!

Nunca me interessei especialmente por política, principalmente quando se trata de política partidária. Claro que há momentos em que ela nos entra pela casa adentro, pelos ouvidos e pelos olhos, sempre que liga uma televisão, o rádio, ou se olha para a capa de um jornal enquanto esperamos na fila de pagamento da bomba de abastecimento de combustível.

Considero que os políticos são na generalidade entidades rasteiras. Com a crise recente no PSD, acho que já desceram de rasteiros e mais parecem andar a chafurdar no esgoto. Não resisto a transcrever a forma perspicaz como como Baptista-Bastos descreve a situação (não, não é uma caricatura, é mesmo a realidade) :

«Cavaco despreza Santana, que deprecia Pacheco, que desdenha Menezes, que odeia Rio, que apouca Santana, que detesta Pacheco, que menospreza Menezes, que desconsidera Marcelo, que destrata Patinha, que desaprecia Borges, que caustica Santana, que aborrece Mendes, que desvaloriza Pacheco, que atazana Santana, que rebaixa Leite, que desabona Menezes, Mendes, Santana, Patinha, Aguiar, e todos os outros restantes; e todos os outros restantes abominam os anteriores.
(...) Quem ama e quem odeia quem? No último Expresso, António Pinto Leite rematava a sua habitual artigalhada com um místico suspiro: "Haja PSD."
[>> artigo completo]

Haja PSD?! haja pachorra!... digo eu!.

Já não há pachorra para estes senhores e também já não há pachorra para quem insiste em dar-lhes tempo de antena. Quando o PSD tiver um novo líder alguém que me avise, para eu conseguir voltar a ver os noticiários.

O pior de tudo: somos nós que andamos a financiar estes caramelos e estes carnavais. Por isso meus senhores, com o devido respeito, vão todos...


sexta-feira, 18 de abril de 2008

Amigos da Onça

Milan Kundera escreveu no seu livro “A Identidade” que os amigos são as nossas testemunhas do passado, o nosso espelho, permitindo-nos olhar-nos através deles. Por isso a amizade torna-se indispensável para o bom funcionamento da memória e para integridade do próprio eu. Escreve ainda que a amizade funciona como uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano fica desarmado. No entanto essa aliança só se cria quando ambas as partes valorizam o que está a ser construído, o que, como sabemos, muitas vezes não acontece.

Cada vez mais os comportamentos relacionais evidenciam egocentrismo, unilateralidade e negligenciação do outro. Talvez o produto de uma sociedade cujas expectativas e conceitos de êxito pessoal e social têm bases profundamente materialistas. A compulsão de corresponder a essas expectativas leva a que muitas vezes as “amizades” se apresentem contaminadas até por sentimentos de inveja. “Envy is a drive which lies at the core of man’s life as a social being, and which occurs as soon as two individuals become capable of mutual comparison.” (Helmut Schoeck). Não é, por isso, de estranhar que o conceito de amizade nos surja hoje algo esvaziado e até corrompido.

What are friends?
Friends are people that you think are your friends
But they're really your enemies, with secret indentities
and disguises, to hide they're true colors
So just when you think you're close enough to be brothers
they wanna come back and cut your throat when you ain't lookin

(-"If I Had" - Eminem )

Tamanha descrença é obviamente retórica, mas a verdade é que os amigos de todas as horas vão escasseando, os amigos das horas difíceis são uma espécie em extinção e, em compensação, os amigos das horas fáceis são cada vez mais ubíquos. Em expansão parecem estar os chamados “amigos da onça”, os falsos amigos… verdadeiros inimigos. Precisam de nós porque nada lhes sobrou de amizades anteriores, estão sempre prontos a estabelecer novos relacionamentos porque não sabem (ou não lhes dá jeito) conservar os antigos, muitas vezes nem conseguem relacionar-se com o seu próprio eu. Precisam do nosso tempo, do nosso calor, dos nossos ouvidos, do nosso ombro, do nosso mundo, dos nossos afectos. Manipuladores, facilmente se tornam irascíveis, quando não agimos em conformidade ou, de alguma forma, interferimos com as suas pretensões.

Não é, pois, de espantar que surja o conflito, já que nem todos somos seres manipuláveis e miméticos. É verdade que o conflito traz geralmente consigo o desamor, a revolta, a mágoa e muitas vezes, fracturas ireversíveis, sendo, por isso, geralmente encarado como uma situação indesejável e a evitar. Há contudo conflitos que devemos assumir em prol da nossa liberdade, da nossa afirmação e do nosso crescimento enquanto pessoas. Por mais que nos custe, algumas das nossas vivências relacionais introduzem nas nossas vidas as figuras do ex-amigo, do candidato a ex-amigo. Quando nos recusamos a aceitar essa inevitabilidade, acabamos confrontados com a nossa cobardia, ao ter de olhar para aquele ex-amigo que ainda não sabe que já o é. E mesmo que essa pessoa tenha deixado de merecer a nossa estima, devemos a honestidade a nós próprios, aos nossos amigos verdadeiros e de longa data e aos valores da amizade tal como a desejamos viver.

“The only way to have a friend is to be one”