segunda-feira, 30 de junho de 2008

This Week's Soundscape: The Maker Makes

The Maker Makes - Rufus Wainwright
(Brokeback Mountain OST)

One more chain I break
To get me closer to you
One more chain does the maker make
To keep me from bustin' through

One more notch I scratch
To keep me thinkin' of you
One more notch does the maker make
Upon my face so blue

Get along, little doggies
Get along, little doggies

One more smile I fake
And try my best to be glad
One more smile does the maker make
Because he knows I'm sad

Oh Lord, how I know
Oh Lord, how I see
That only can the maker make
A happy man of me

Get along little doggies
Get along little doggies
Get along


Euro 2008 - Descubra as diferenças


This guy cracks me up!

Rufus Wainwright
V.N. Famalicão
Sábado, 28-06-2008


A voz, o piano, a guitarra. Virtuosismo, irreverência, humor e uma entrega total em palco. A música que faz e interpreta anda à frente do seu tempo, ou fora de qualquer tempo, inventa e funde estilos, descarta rótulos, e transporta-nos a um universo onde sentimos prazer em pairar, perdidos, até que o acender das luzes nos obrigue a regressar.
A sofisticação e talento, conjugados com uma simplicidade que lhe permite rir-se de si próprio e uma generosidade traduzida numa enorme e imediata empatia com o público, deixaram rendidos os cerca de 500 espectadores que esgotaram o auditório da Casa das Artes de Famalicão. Um alinhamento também irrepreensível que proporcionou aos presentes cerca de 90 minutos de emoção e magia.
Infelizmente não me foi possível ficar para o concerto de Domingo :( Resta-me esperar que volte depressa.


Grey Gardens
The Maker Makes
Beauty Mark
Nobody's Off The Hook
Sanssouci
Beautiful Child
Not Ready To Love
Going To A Town
Who Are You New York
A Woman's Face (Shakespeare Sonnet XX)
California
Greek Song
Little Sister
Zebulon
Cigarettes And Chocolate Milk

-------
The Art Teacher
Leaving For Paris
Hallelujah
-------
Foolish Love
La Complainte de la Butte

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Euro 2008 - Hoje, o que eu queria mesmo...

... era que a Turquia mandasse o Ballack e Cª para casa, com o rabinho entre as pernas e com uma-data-deles a zero.
Como, pelo menos esta última parte, me parece altamente improvável, vou ficar a torcer para que os turcos ganhem nos últimos 30 segundos dos descontos, com um penalti descaradamente inventado pelo árbitro, em que o esférico, depois de ir direitinho ao poste ou à trave, ressalta na nuca do Lehman e, num segundo ressalto, desvia-se em direcção ao interior da baliza, acabando por ser interceptado pelo Lehman ... mas, segundo o árbitro, já uns claríssimos 5 cm para lá da linha de golo ;D

A "Ilusão Musical"

A propósito da música que está em audição (Falling, da OST de Twin Peaks), o red dust, num comentário a um post anterior, levantou uma questão me deixou a pensar: a impossibilidade de dissociar a música (e provavelmente toda a banda sonora) da série (até aqui óbvio) e como seria "interessante verificar as reacções de quem ouve o disco (e também esta canção) fora do contexto das filmagens de David Lynch". Não sei exactamente o que o red dust quis dizer com esta última parte, ou seja, se neste último caso a impressão deixada pela música é semelhante ou, pelo contrário, nada tem a ver.

Fiquei a pensar sobre o assunto e parece-me que, mesmo quem não conheça a série (coisa que nunca me ocorreu, a sério!), poderá reagir de forma similar ao estímulo musical. Não, evidentemente em termos de apreensão da história que é contada, mas do efeito que é suposto ela provocar no espectador. A sonoridade musical, criada pela composição e efeitos sonoros, podem ter a capacidade de nos fazer experimentar sensações que nunca tivemos no mundo real. Dizem os entendidos que determinados "efeitos especiais" enganam o nosso cérebro simulando circuitos neurais especializados em discriminar características importantes do nosso ambiente auditivo. Essa possibilidade é explorada para a criação das chamadas "hiper-realidades" que manipulam a nossa percepção de espaço e de tempo, de forma idêntica aos truques visuais cinematográficos. E é aí que entra o génio de Badalamenti... e de todos os grandes compositores, ajudados, claro, pelos chamados engenheiros de som.

Neste caso específico, a sonoridade tem a capacidade de criar uma atmosfera misteriosa e etérea que esbate, até à quase invisibilidade, a fronteira que separa o real do imaginário, o concreto do místico. E se no espectador da série a música nos remete para imagens e situações concretas, para o não conhecedor da série a mesma música poderá conduzir a uma representação pessoal que não se afasta muito da realidade original.

O fenómeno da "ilusão musical" tem sido objecto de estudos científicos existindo artigos que o explicam de forma acessível aos leigos. Por exemplo, este interessante: Music special: The illusion of music.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Ciclo Um Ano De Cinema(s)

Os melhores filmes estreados entre Junho 2007 e Junho 2008
Em LISBOA:
NIMAS - 26 DE JUNHO A 3 DE SETEMBRO


SEXTA 27 JUNHO
Ocean's 13 - de Steven Soderbergh


SÁBADO 28 JUNHO
Querida Wendy - de Thomas Vinterberg

DOMINGO 29 JUNHO
Bug - de William Friedkin

SEGUNDA 30 JUNHO
Zodiac* - de David Fincher

TERÇA 01 JULHO
A Educação das Fadas - de José Luis Cuerda

QUARTA E QUINTA 02 E 03 JULHO
Lady Chatterley* - Pascale Ferran

SEXTA 04 JULHO
Mysterious Skin - Pele Misteriosa - de Gregg Araki

SÁBADO 05 JULHO
Os Simpsons - o filme (versão original) - de David Silverman

DOMINGO, 6 JULHO
Belle Toujours - de Manoel de Oliveira

SEGUNDA 07 JULHO
2 Dias em Paris - de Julie Delpy

TERÇA 08 JULHO
Os Fantasmas de Goya - de Milos Forman

QUARTA E QUINTA 09 E 10 JULHO
Control - de Anton Corbijn

SEXTA 11 JULHO
O Sabor da Melancia - de Tsai Ming-Liang

SÁBADO, 12 JULHO
O Escafandro e a Borboleta - de Julian Schnabel

DOMINGO, 13 JULHO
Ratatui (versão original) - de Brad Bird

SEGUNDA, 14 JULHO
Morte num Funeral - de Frank Oz

TERÇA, 15 JULHO
A Estranha em Mim - de Neil Jordan

QUARTA E QUINTA 16 E 17 JULHO
As Canções de Amor - de Christophe Honoré

SEXTA 18 JULHO
Muito Bem, Obrigado - de Emmanuelle Cuau

SÁBADO 19 JULHO
A Vida Interior de Martin Frost - de Paul Auster

DOMINGO 20 JULHO
Elizabeth - A Idade de Ouro - de Shekhar Kapur

SEGUNDA 21 JULHO
A Outra Margem - de Luís Filipe Rocha

TERÇA 22 JULHO
Paranoid Park - de Gus Van Sant

QUARTA E QUINTA 23 E 24 JULHO
4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias - de Cristian Mungiu

SEXTA 25 JULHO
O Assassinio de Jesse James Pelo Cobarde Robert Ford* - de Andrew Dominik

SÁBADO 26 JULHO
A Morte do Senhor Lazarescu* - de Cristi Puiu

DOMINGO 27 JULHO
12:08 - A Este de Bucareste - de Corneliu Porumboiu

SEGUNDA, 28 JULHO
O Sonho de Cassandra - de Woody Allen

TERÇA 29 JULHO
Jogos de Poder - de Mike Nichols

QUARTA E QUINTA 30 E 31 JULHO
The Darjeeling Limited - de Wes Anderson

SEXTA 01 AGOSTO
Sweeney Todd - O Terrivel Barbeiro de Flett Street - de Tim Burton

SÁBADO 02 AGOSTO
Enfim, Juntos - de Claude Berri

DOMINGO 03 AGOSTO
Imitação da Vida - de Douglas Sirk

SEGUNDA 04 AGOSTO
O Lado Selvagem* - de Sean Penn

TERÇA 05 AGOSTO
Expiação - de Joe Wright

QUARTA E QUINTA, 06 E 07 AGOSTO
Haverá Sangue * - de Paul Thomas Anderson

SEXTA 08 AGOSTO
Sedução, Conspiração * - de Ang Lee

SÁBADO 09 AGOSTO
O Menino de Cabul - de Marc Forster

DOMINGO 10 AGOSTO
Três Tempos - de Hou Hsiao Hsien

SEGUNDA 11 AGOSTO
No Vale de Elah - de Paul Haggis

TERÇA 12 AGOSTO
Michael Clayton - Uma Questão de Consciência - de Tony Gilroy

QUARTA E QUINTA 13 E 14 AGOSTO
Corações - de Alain Resnais

SEXTA 15 AGOSTO
Fados - de Carlos Saura

SÁBADO 16 AGOSTO
Por Culpa de Fidel - de Julie Gavras

DOMINGO 17 AGOSTO
Duas Irmãs, Um Rei - de Justin Chadwick

SEGUNDA 18 AGOSTO
Juno - de Jason Reitman

TERÇA 19 AGOSTO
O Amor Nos Tempos de Cólera* - de Mike Newell

QUARTA E QUINTA 20 E 21 AGOSTO
Este País Não é Para Velhos - de Ethan e Joel Coen

SEXTA 22 AGOSTO
O Capacete Dourado - de Jorge Cramez

SÁBADO 23 AGOSTO
Luz Silenciosa - de Carlos Reygadas

DOMINGO 24 AGOSTO
California Dreamin* - de Cristian Nemescu

SEGUNDA 25 AGOSTO
Uma Segunda Juventude - de Francis Ford Coppola

TERÇA 26 AGOSTO
Caramel - de Nadine Labaki

QUARTA E QUINTA 27 E 28 AGOSTO
O Segredo de um Cuscuz* - de Abdellatif Kechiche

SEXTA 29 AGOSTO
Shine A Light - de Martin Scorsese

SÁBADO 30 AGOSTO
Irina Palm - de Sam Garbarski

DOMINGO 31 AGOSTO
Nós Controlamos a Noite - de James Gray

SEGUNDA 01 SETEMBRO
A Ronda da Noite* - de Peter Greenaway

TERÇA E QUARTA 02 E 03 SETEMBRO
My Blueberry Nights - O Sabor do Amor - de Wong Kar-Wai

Preço Único: 3,50€
Sessões às 14h, 16h30, 19h, 21h30
Excepto onde assinalado com * 14h, 17h45, 21h30


No PORTO:
CINE ESTÚDIO DO TEATRO DO CAMPO ALEGRE
3 A 30 DE JULHO E DE 4 DE SETEMBRO A 8 DE OUTUBRO


INFORMAÇÃO COMPLETA EM:
CINEMAS MEDEIA.

This Week's Soundscape: Falling

Falling - Julee Cruise
(Twin Peaks OST)


segunda-feira, 23 de junho de 2008

Let's look at the trailer!

Um trailer que, em si, já é uma obra de arte.
Espera-se que o filme cumpra tão altas expectativas assim criadas.

(requer QuickTime para visualização)

Espelho meu, espelho meu... de que cor sou eu?

"S Africa Chinese 'become black'

The High Court in South Africa has ruled that Chinese South Africans are to be reclassified as black people. It made the order so that ethnic Chinese can benefit from government policies aimed at ending white domination in the private sector.
The Chinese Association of South Africa took the government to court, saying its members had been discriminated against.
An estimated 200,000 ethnic Chinese live in South Africa.


The association said their members often failed to qualify for business contracts and job promotions because they were regarded as whites. The association said Chinese South Africans had faced widespread discrimination during the years of apartheid when they had been classified as people of mixed race."

(in: BBC News)


Momento Kitsch - Eu gosto é do verão!

Após ter conseguido, este fim de semana, inaugurar (finalmente!) a época balnear, hoje acordei com uma musiquinha a martelar-me na cabeça e, volta e meia, eu a cantarolar:

"no verão os dias ficam "máiores",
no verão as roupas ficam menores
no verão o calor bate "rrrecores"
e os corpos libertam suores

Eu gosto é do Verão
De passearmos de prancha na mão.
Saltarmos e rirmos na praia
De nadar e apanhar um escaldão"

WTF???? E por mais voltas que desse à cabeça não conseguia lembrar-me de onde me tinha surgido esta "pérola". O Google deu-me a resposta:
(Eu gosto é do Verão - Fúria do açúcar)

Socorro! Isto será uma manifestação autónoma de um "eu" piroso e kitsch, que resolveu emancipar-se ou apenas um efeito secundário do excesso de sol na mona?


quarta-feira, 18 de junho de 2008

Análise: O bife

- "... E como é conviver com essa ambivalência?"
- "É assim...como odiar a realidade mas perceber que esse é o único lugar onde posso comer um bom bife". (Woody Allen dixit)*
- ... [silêncio]... bem... talvez fosse útil continuar a trabalhar este ponto na próxima semana.

(claro! o bife para mim tem de ser muito bem passado!)

* - Cloquet hated reality but realized it was still the only place to get a good steak. (Woody Allen)

Dias a cores I - Jacarandás

Li que existem cerca de 2000 jacarandás em Lisboa. São árvores peculiares cujas flores só se atrevem a mostrar-se aos primeiros calores de Maio (capricho de imigrante do sul), exibindo-se, depois, de forma ostentosa e impúdica, durante todo o mês de Junho, dominando, com a sua cor característica e intensa, as ruas, avenidas e parques de Lisboa.

(Foto: daqui)

"O nome decerto lhe foi dado por vozes quentes, tropicais. Só cantando o podemos dizer, a saborear-lhe as sílabas, prolongando a alegria da tónica: Ja-ca-ran-dáá. As flores brotam, triunfantes, decididas, a pincelar o negro dos braços nus. Dizem li-láás nos nossos olhos, na sala de espera de mais um verão. Retiram-se, discretas, quando o recorte verde das folhas se anuncia. Todos os anos as procuro nas velhas ruas da cidade. Receio que um dia lá não estejam. Quero que fiquem para contar do meu sorriso sazonal e da minha voz dizendo a quem passa: Vejam como estão lindos. Já floriram os ja-ca-ran-dáás!!"

Segundo Mário Cláudio, o grande poeta Eugénio de Andrade manteve, até ao final da sua vida, um "caso de amor" com estas árvores:

São eles que anunciam o verão.
Não sei doutra glória, doutro
paraíso: à sua entrada os jacarandás
estão em flor, um de cada lado.
E um sorriso, tranquila morada,
à minha espera.
O espaço a toda a roda
multiplica os seus espelhos, abre
varandas para o mar.
É como nos sonhos mais pueris:
posso voar quase rente
às núvens altas - irmão dos pássaros,
perder-me no ar

(Eugénio de Andrade)

(foto daqui)

Despedida
Junho chegou ao fim, a magoada
Luz dos jacarandás, que me pousava
Nos ombros, era agora o que tinha
Para repartir contigo
Um coração desmantelado
Que só aos gatos servirá de abrigo

(Eugénio de Andrade)


segunda-feira, 16 de junho de 2008

This Week's Soundscape: Time is Running Out

Time is Running Out - Muse

(cerca de 4 minutos daquele que, para mim, foi o melhor concerto do Rock in Rio 2008)

domingo, 15 de junho de 2008

Perdão?

Em 2009, a EDP vai partilhar os custos com consumidores
Os custos com as dívidas incobráveis da electricidade vão passar a ser pagos por todos os consumidores... (ler notícia)


WTF?
Será que viajei no tempo e estamos no dia 1 de Abril?

Natureza feminina?

"Gajas" do meus país que me desculpem (principalmente as muito politicamente correctas, as feministas, as que não vestem XS, as sem sentido de humor, etc. etc.), mas eu parti-me a rir quando vi este spot.
Pulicidade criativa baseada num excelente sentido da realidade.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Sugestão: A desconhecida.

La Sconociuta
De: Giuseppe Tornatore


Um misto de melodrama e thriller psicológico, centrado na personagem de Irena, uma imigrante ucraniana que, a viver numa cidade de Itália, parece ter como objectivo principal recuperar-se de um passado de violência e exploração sexual. Inicia uma actividade como empregada doméstica, mas rapidamente percebemos que a sua motivação primordial não é a questão monetária, que lhe permita a sobrevivência, mas outra, menos clara, que aos poucos se vai evidenciando. No entanto, quando parece aproximar-se dos seus reais objectivos, o passado e o presente conjugam-se para lhe trocar as voltas. E ao espectador também.

A forte componente dramática evolui lado a lado com um suspense de cariz “hitchcockiano”, para cuja intensidade muito contribui a inspirada partitura de Ennio Morricone e a excelência com que a desconhecida Ksenyia Rappoport encarna a personagem, simultaneamente soturna e obcessiva, de Irena. Como contraponto, e aspecto menos positivo, destaca-se a interpretação da figura do “vilão”, sem qualquer vestígio de densidade e que mais se assemelha a uma caricatura. No entanto, existindo mais pela ameaça que se expressa no comportamento da protagonista, do que pela sua intervenção visível, este erro de casting não chega para comprometer o filme na sua globalidade.

Fica a sugestão, antes que saia de cartaz. E o TRAILER para estimular o apetite.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

This Week's Soundscape: Paths Of Victory

Paths of Victory - Bob Dylan



República Checa 1 - Portugal 3
Ainda é cedo, até nem jogámos lá muito bem, mas já estamos quase nos quartos e, passado o sofrimento, só me apetece cantar :D
...
The trail is dusty
And my road it might be rough
,
But the better roads are waiting
And boys it ain't far off.

Trails of troubles,
Roads of battles,
Paths of victory,
We shall walk.
...
The gravel road is bumpy,
It's a hard road to ride,
But there's a clearer road a-waitin'
With the cinders on the side.

Trails of troubles,
Roads of battles,
Paths of victory,
We shall walk.
...

Lei de Murphy

Na sua essência a lei de Murphy exprime que "se alguma coisa tiver a mais remota hipótese de correr mal, correrá mal". E como corolário: "Quando as coisa já não podem piorar, pioram". Parece que agora os combustíveis estão a esgotar-se nos postos de abastecimento (por falta de abastecimento dos mesmos). Lá para o final da semana, só me resta levar uma cama para o trabalho e pernoitar por lá, a menos que já existam por aí unidades de "energia positiva" para alugar ou vender. Uma coisa temos de reconhecer: a recente campanha da Galp foi absolutamente visionária:

(felizmente a minha viatura é bem menor do que um autocarro e só precisa de circular na área metropolitana de Lisboa).

E assim, depois do meu fim de semana fantástico, cumpriu-se mais um postulado da lei de Murphy: "Se está na maior, não se preocupe. Há-de passar-lhe."
Não há direito!
F***-se!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Seria amanhã...



Mas agora vão ser longos meses de espera. Apesar de tudo, sinto que desta vez a "agonia" será menor. Afinal de contas, não ficou ninguém a espreitar para dentro de uma escotilha, ou com uma pistola apontada à cabeça, ou transmutado até ao irreconhecível, por obra sabe-se lá do quê. De certa forma há um capítulo que se encerra e é, como se daqui para a frente, fosse começar uma nova história. Estão algumas pontas por ligar, gaps por preencher, mistérios iniciais por explicar e, como habitual em Lost, novas perguntas que respostas recentes criaram. No entanto, penso que a história agora vai ser diferente. As próprias personagens mudaram. Um novo Jack, um novo Sayid, uma nova Sun (medo! muito medo!)... e as personagens recentemente introduzidas, vindas de outras histórias, ainda por contar, mas que acabaram por se cruzar com a dos sobreviventes do Oceanic 815.
A ansiedade da espera será certamente atenuada, nesta fase inicial com as visitas aos sites e fóruns onde se dicutem teorias e conspirações, onde se descodificam mensagens encriptadas (a minha vénia aos fãs profissionais que tanto trabalham nisto), depois vêm o verão e as férias, em que não sobra muito tempo para estar em casa, e depois é começar a rever o que ficou para trás. Com todas as revelações desta quarta temporada, certamente que todo o conjunto ganhará agora maior consistência. (Cada vez que penso o quão distantes estamos daquela primeira temporada!)



Neste interregno, a minha vénia maior vai para Michael Emerson, pela excelência com que consegue fazer coexistir, na personagem de Benjamin Linus, uma coerência extrema, quase doentia e, paradoxalmente, uma ambivalência imensurável, fazendo daquela personagem umas das figuras ficcionais mais manipuladoras, insondáveis e desconcertantes, alguma vez construídas.



Para atenuar a ressaca:
Living Lost: Why We're All Stuck on the Island (uma leitura interessante para ir digerindo ao longo destes meses)
e outras curiosidades em:
DarkUfo
Lost Portugal


terça-feira, 3 de junho de 2008

More human than human

Roy Batty: We're not computers, Sebastian, we're physical.

1982... 1992... 2007.
Blade Runner, neste
caso a versão final... neste caso, no grande ecrã. E no grande ecrã, o filme adquire (ainda mais) aquela dimensão que relega para um plano quase invisível a ténue fronteira que separa o que, quase compulsivamente, necessitamos de compartimentar em campos antagónicos e inconciliáveis. São-nos retirados os argumentos para discriminar o que decidimos ser diferente, mas cujas
similitudes vislumbradas nos fazem desejar tornar em algo tão infinitamente mais diferente que não nos possa tocar.

Roy Batty: I've seen things you people wouldn't believe. Attack ships on fire off the shoulder of Orion. I watched C-beams glitter in the dark near the Tannhauser gate. All those moments will be lost in time, like tears in rain. Time to die.


Ao integrar de forma exemplar todas as dualidades inerentes ao ser emocional, Blade Runner obriga-nos a uma profunda reflexão sobre o significado e os valores da vida e a fragilidade da existência. Na multiplicidade dos conflitos duais, o velho e derradeiro duelo não é o que separa o "eu" do "tu", ou o "bem" do "mal". Aqui o duelo definitivo é o que se trava pela vida, enquanto dádiva e experiência emocional suprema. Na morte, tudo se perde como as lágrimas que são derramadas sob a chuva. E é nesse duelo, em que a vida e a morte se confrontam, que o "eu" e o "tu" se surpreendem mutuamente, integrando-se numa dimensão única de frágil mas suprema humanidade.


Deckard: I don't know why he saved my life. Maybe in those last moments he loved life more than he ever had before. Not just his life, anybody's life, my life. All he'd wanted were the same answers the rest of us want. Where did I come from? Where am I going? How long have I got? All I could do was sit there and watch him die. (Blade Runner, 1982)


Sublime, profético, intemporal.
Uma visão apocalíptica do futuro que, paradoxalmente, encerra uma das mais tocantes exaltações da vida. E do cinema.

Blade Runner: What Does It Mean to Be Human?


This Week's Soundscape: Life and Death

Life and Death - Michael Giacchino
LOST OST

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Dia Mundial da Criança

Foi ontem.
Toda a gente soube.
E hoje? Alguém ainda se lembra?