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quarta-feira, 9 de julho de 2008

Shut-up tape: precisa-se com urgência!

(Shut-up tape)

Blessed is the man who, having nothing to say,
abstains from giving us wordy evidence of the fact.
(Mary Ann Evans aka George Eliot )


quarta-feira, 18 de junho de 2008

Análise: O bife

- "... E como é conviver com essa ambivalência?"
- "É assim...como odiar a realidade mas perceber que esse é o único lugar onde posso comer um bom bife". (Woody Allen dixit)*
- ... [silêncio]... bem... talvez fosse útil continuar a trabalhar este ponto na próxima semana.

(claro! o bife para mim tem de ser muito bem passado!)

* - Cloquet hated reality but realized it was still the only place to get a good steak. (Woody Allen)

Dias a cores I - Jacarandás

Li que existem cerca de 2000 jacarandás em Lisboa. São árvores peculiares cujas flores só se atrevem a mostrar-se aos primeiros calores de Maio (capricho de imigrante do sul), exibindo-se, depois, de forma ostentosa e impúdica, durante todo o mês de Junho, dominando, com a sua cor característica e intensa, as ruas, avenidas e parques de Lisboa.

(Foto: daqui)

"O nome decerto lhe foi dado por vozes quentes, tropicais. Só cantando o podemos dizer, a saborear-lhe as sílabas, prolongando a alegria da tónica: Ja-ca-ran-dáá. As flores brotam, triunfantes, decididas, a pincelar o negro dos braços nus. Dizem li-láás nos nossos olhos, na sala de espera de mais um verão. Retiram-se, discretas, quando o recorte verde das folhas se anuncia. Todos os anos as procuro nas velhas ruas da cidade. Receio que um dia lá não estejam. Quero que fiquem para contar do meu sorriso sazonal e da minha voz dizendo a quem passa: Vejam como estão lindos. Já floriram os ja-ca-ran-dáás!!"

Segundo Mário Cláudio, o grande poeta Eugénio de Andrade manteve, até ao final da sua vida, um "caso de amor" com estas árvores:

São eles que anunciam o verão.
Não sei doutra glória, doutro
paraíso: à sua entrada os jacarandás
estão em flor, um de cada lado.
E um sorriso, tranquila morada,
à minha espera.
O espaço a toda a roda
multiplica os seus espelhos, abre
varandas para o mar.
É como nos sonhos mais pueris:
posso voar quase rente
às núvens altas - irmão dos pássaros,
perder-me no ar

(Eugénio de Andrade)

(foto daqui)

Despedida
Junho chegou ao fim, a magoada
Luz dos jacarandás, que me pousava
Nos ombros, era agora o que tinha
Para repartir contigo
Um coração desmantelado
Que só aos gatos servirá de abrigo

(Eugénio de Andrade)


quarta-feira, 28 de maio de 2008

Elle... Moi.

Dans quelques années, quand je t'aurai oubliée, et que d'autres histoires comme celle-lá, par la force encore d'habitude, arriveront encore, je me souviendrai de toi comme de l'oulbli de l'amour même. Je penserai à cette histoire comme à l'horreur de l'oubli. Je le sais dejá.

...

Du temps passera. Du temps seulement. Et du temps va venir. Où nous ne saurons plus du tout nommer ce que nos unira. Le nom s'en effacera peu à peu de notre memoire. Puis il disparaîtra tout à fait.

(Hiroshima, mon amour)


sexta-feira, 2 de maio de 2008

Full color mood


Dancing Through Sunflowers


I'm running into a field of earth-bound suns,
glittering green and gold, lovely lemon and lime,
growing tall in spring dewshine.

I'm dancing through a field of happy faces
swaying on long stems and with hair of flowers
that feed my life-force with their solar powers.

I'm sinking into a mound of amber
made from petals fallen to ground
keeping me warm as twilight comes around

I'm burying deeper into the amber down,
while hearing winter's approaching sigh,
knowing the eclipse will soon pass by.

(by Wendy M Peterson)



sexta-feira, 25 de abril de 2008

Um dia a lembrar

porque há coisas devem ser sempre lembradas e outras que nunca devem ser esquecidas.






terça-feira, 25 de março de 2008

Auto-retrato



O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais;
há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa;
sou antes uma exaltada, com alma intensa, violenta, atormentada,
uma alma que não se sente bem onde está,
que tem saudade..sei lá de quê!


(Florbela Espanca)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Do conflito entre razão e emoção


Para que a vida humana não fosse totalmente triste e enfadonha, Júpiter concedeu-lhes muito mais paixões do que a razão, na proporção de um asse para meia onça. Além disso, relegou a razão para um canto estreito da cabeça, deixando todo o resto do corpo entregue ao domínio das paixões. Por fim, opôs à razão isolada a violência de dois tiranos: a Cólera, que domina a cidadela do peito, com a fonte da vida, que é o coração, e Concupisciência, cujo império se estende até ao baixo-ventre. Como conseguirá a razão defender-se destes dois inimigos, para mais reunidos? A vida comum dos homens mostra-o com bastante clareza. A razão apenas consegue gritar, até enrouquecer, as leis da honestidade. É rainha de quem os homens troçam e injuriam até que, cansada, se cala e se confessa vencida.


Erasmo de Roterdão (1466 - 1536) - Elogio da Loucura.
In: Daniel Goleman - A Inteligência Emocional.


cansada...