segunda-feira, 21 de julho de 2008

Manic Monday II

Por esta hora já só me apetece despedir o chefe... e puxar o autoclismo...

Manic Monday

...aka "1º corolário da 1ª lei de Newton"


Manic Monday - The Bangles


domingo, 20 de julho de 2008

What European City Do I Belong In?

Pois... se não for Lisboa só algo ainda mais entrópico... como algures em Itália :p



You Belong in Milan



Stylish and sophisticated, you want to enjoy a truly European life - away from tourists!

Milan fits you perfectly. Great shopping, high quality food, lots of culture... with very little hype.



segunda-feira, 14 de julho de 2008

This Week's Soundscape: Like a Rolling Stone

Like A Rolling Stone - Bob Dylan
(album: Highway 61 Revisited)



Dead or ALIVE?

ALIVE!08.
A única vez que o tinha visto ao vivo foi em 1993, no Pavilhão de Cascais. Quinze anos depois, é uma nova (e sempre inesquecível) experiência, rever o artisticamente vivíssimo e constantemente reinventado "Talentoso Mr. Dylan".


Alinhamento:
1. Rainy Day Women # 12 & 35
2. Don't Think Twice, It's All Right
3. Lonesome Day Blues
4. Things Have Changed
5. Girl From The North Country
6. Tangled Up In Blue
7. Desolation Row
8. It's Alright, Ma (I'm Only Bleeding)
9. Spirit On The Water
10. Highway 61 Revisited
11. Ain't Talkin'
12. Summer Days
13. Ballad Of A Thin Man
----------------------
14. Thunder On The Mountain
15. Like A Rolling Stone



quinta-feira, 10 de julho de 2008

Rapidinhas

O Segredo De Um Cuscuz
Realização: Abdellatif Kechiche
Com: Habib Boufares, Hafsia Herzi, Faridah Benkhetache
Género: Drama
França, 2007
151 min


8/10


A história e as histórias de uma família magrebina imigrante numa cidade do sul de França.
Um retrato simultaneamente realista, romântico e comovente de um chefe de família que, em condições socioeconómicas precárias, e no seio de uma sociedade cruelmente indiferente, luta até ao limite das suas forças, para manter o respeito da família e a união dos seus elementos. Um filme admirável e deliciosamente diferente.


O Acontecimento
Realização: M. Night Shyamalan
Com: Mark Wahlberg, Zooey Deschanel, John Leguizamo, Spencer Breslin, Betty Buckley, Jeremy Strong
EUA, 2008
91 min


8/10


Não surpreende mas também não desilude. Shyamalan mantém a consistência da qualidade a que nos habituou, embora este possa ser considerado um dos seus filmes menores. No caso de Shyamalan, e até ao presente, "menor" significa apenas que não atingiu a excelência, tendo-se ficado, neste caso, pelo muito bom.



Sexo e a Cidade
Realização: Michael Patrick King
Com: Sarah Jessica Parker, Kim Cattrall, Cynthia Nixon, Kristin Davis
EUA, 2008
135 min



3/10


Não acrescenta nadinha de nada à série e, nessa perspectiva trata-se de um objecto supérfluo e improfícuo, cujo único objectivo parece ser o de tirar mais alguns dividendos, espremendo até ao limite uma série de sucesso. Os diversos momentos de humor bem conseguidos e o carisma das personagens não conseguem compensar a esterilidade da storyline que só descola do paupérrimo para ser kitsch. Já para não falar dos desempenhos dos actores masculinos que são de uma convicção idêntica à de quem vai fazer um clister! Enfim... só não foi uma desilusão maior porque as expectativas também não eram grandes.



Hancock
Realização: Peter Berg
Com: Will Smith, Charlize Theron, Jason Bateman
Género: Acção, Comédia
EUA, 2008
92 min



6/10



Uma surpresa positiva. Não aspira a mais do que ser um entretenimento despretensioso, objectivo perfeitamente conseguido. As aventuras e desventuras deste super-(anti)heroi, com direito a conselheiro de imagem são absolutamente hilariantes. E é interessante a forma como Will Smith, aravés de uma hiperbolização dos defeitos e inseguranças da sua personagem, lhe consegue dar uma dimensão humana ao nível dos sentimentos e dos afectos.
Fica, contudo, a sensação de que tanto o material narrativo de base como a qualidade do elenco permitiriam uma abordagem mais convicta e criativa, de forma que o filme que não se ficasse pela suficiência do simplesmente simpático e divertido.


O Orfanato
Realização: Juan Antonio Bayona
Com: Belén Rueda, Fernando Cayo, Roger Príncep, Edgar Vivar, Geraldine Chaplin
Género: Drama, Thriller
México
/Espanha, 2007
105 min

8/10


Não encaixando no género de terror clássico, mostra-nos que o desconhecido, indecifrável e intangível, pode ser muito mais assustador do que qualquer monstro ou criatura aberrante ou demoníaca. O que começa por parecer um jogo inocente de criança adquire contornos obscuros e assustadores. Pelo meio a história de uma mulher que, tomada de um indómito amor de mãe, assume como razão de existência reencontrar-se com o seu filho misteriosamente desaparecido. Desta forma, decide entrar no "jogo", cujo desfecho à partida desconhece e, seguindo as pistas que lhe vão sendo deixadas, prossegue desafiando todos os mistérios, superando todos os medos e levando-o até às últimas consequências.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

This Week's Soundscape: L'Estasi dell'Oro

L'Estasi dell'Oro - Ennio Morricone
Il buono, il brutto, il cattivo OST

Shut-up tape: precisa-se com urgência!

(Shut-up tape)

Blessed is the man who, having nothing to say,
abstains from giving us wordy evidence of the fact.
(Mary Ann Evans aka George Eliot )


terça-feira, 8 de julho de 2008

Se a minha vida tivesse banda sonora IV

Bachelorette - Björk

I'm a fountain of blood
In the shape of a girl
You're the bird on the brim
Hypnotised by the Whirl

Drink me, make me feel real
Wet your beak in the stream
Game we're playing is life
Love is a two way dream

Leave me now, return tonight
Tide will show you the way
If you forget my name
You will go astray
Like a killer whale
Trapped in a bay

I'm a path of cinders
Burning under your feet
You're the one who walks me
I'm your one way street

I'm a whisper in water
Secret for you to hear
You are the one who grows distant
When I beckon you near

Leave me now, return tonight
The tide will show you the way
If you forget my name
You will go astray
Like a killer whale
Trapped in a bay

I'm a tree that grows hearts
One for each that you take
You're the intruders hand
I'm the branch that you break



Destaque da semana: "Federeu-se!"

É verdade, "federeu-se", Wimbledon tem um novo rei... e houve esplendor na relva.

Eu diria ainda que, depois de terem aguentado sete horas, cinco jogos, dos quais dois decididos no tie-break e um quinto que só se decidiu com o parcial de 9-7, estes dois senhores presentearam o mundo com uma demonstração de verdadeiro ténis tântrico ;D





segunda-feira, 30 de junho de 2008

This Week's Soundscape: The Maker Makes

The Maker Makes - Rufus Wainwright
(Brokeback Mountain OST)

One more chain I break
To get me closer to you
One more chain does the maker make
To keep me from bustin' through

One more notch I scratch
To keep me thinkin' of you
One more notch does the maker make
Upon my face so blue

Get along, little doggies
Get along, little doggies

One more smile I fake
And try my best to be glad
One more smile does the maker make
Because he knows I'm sad

Oh Lord, how I know
Oh Lord, how I see
That only can the maker make
A happy man of me

Get along little doggies
Get along little doggies
Get along


Euro 2008 - Descubra as diferenças


This guy cracks me up!

Rufus Wainwright
V.N. Famalicão
Sábado, 28-06-2008


A voz, o piano, a guitarra. Virtuosismo, irreverência, humor e uma entrega total em palco. A música que faz e interpreta anda à frente do seu tempo, ou fora de qualquer tempo, inventa e funde estilos, descarta rótulos, e transporta-nos a um universo onde sentimos prazer em pairar, perdidos, até que o acender das luzes nos obrigue a regressar.
A sofisticação e talento, conjugados com uma simplicidade que lhe permite rir-se de si próprio e uma generosidade traduzida numa enorme e imediata empatia com o público, deixaram rendidos os cerca de 500 espectadores que esgotaram o auditório da Casa das Artes de Famalicão. Um alinhamento também irrepreensível que proporcionou aos presentes cerca de 90 minutos de emoção e magia.
Infelizmente não me foi possível ficar para o concerto de Domingo :( Resta-me esperar que volte depressa.


Grey Gardens
The Maker Makes
Beauty Mark
Nobody's Off The Hook
Sanssouci
Beautiful Child
Not Ready To Love
Going To A Town
Who Are You New York
A Woman's Face (Shakespeare Sonnet XX)
California
Greek Song
Little Sister
Zebulon
Cigarettes And Chocolate Milk

-------
The Art Teacher
Leaving For Paris
Hallelujah
-------
Foolish Love
La Complainte de la Butte

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Euro 2008 - Hoje, o que eu queria mesmo...

... era que a Turquia mandasse o Ballack e Cª para casa, com o rabinho entre as pernas e com uma-data-deles a zero.
Como, pelo menos esta última parte, me parece altamente improvável, vou ficar a torcer para que os turcos ganhem nos últimos 30 segundos dos descontos, com um penalti descaradamente inventado pelo árbitro, em que o esférico, depois de ir direitinho ao poste ou à trave, ressalta na nuca do Lehman e, num segundo ressalto, desvia-se em direcção ao interior da baliza, acabando por ser interceptado pelo Lehman ... mas, segundo o árbitro, já uns claríssimos 5 cm para lá da linha de golo ;D

A "Ilusão Musical"

A propósito da música que está em audição (Falling, da OST de Twin Peaks), o red dust, num comentário a um post anterior, levantou uma questão me deixou a pensar: a impossibilidade de dissociar a música (e provavelmente toda a banda sonora) da série (até aqui óbvio) e como seria "interessante verificar as reacções de quem ouve o disco (e também esta canção) fora do contexto das filmagens de David Lynch". Não sei exactamente o que o red dust quis dizer com esta última parte, ou seja, se neste último caso a impressão deixada pela música é semelhante ou, pelo contrário, nada tem a ver.

Fiquei a pensar sobre o assunto e parece-me que, mesmo quem não conheça a série (coisa que nunca me ocorreu, a sério!), poderá reagir de forma similar ao estímulo musical. Não, evidentemente em termos de apreensão da história que é contada, mas do efeito que é suposto ela provocar no espectador. A sonoridade musical, criada pela composição e efeitos sonoros, podem ter a capacidade de nos fazer experimentar sensações que nunca tivemos no mundo real. Dizem os entendidos que determinados "efeitos especiais" enganam o nosso cérebro simulando circuitos neurais especializados em discriminar características importantes do nosso ambiente auditivo. Essa possibilidade é explorada para a criação das chamadas "hiper-realidades" que manipulam a nossa percepção de espaço e de tempo, de forma idêntica aos truques visuais cinematográficos. E é aí que entra o génio de Badalamenti... e de todos os grandes compositores, ajudados, claro, pelos chamados engenheiros de som.

Neste caso específico, a sonoridade tem a capacidade de criar uma atmosfera misteriosa e etérea que esbate, até à quase invisibilidade, a fronteira que separa o real do imaginário, o concreto do místico. E se no espectador da série a música nos remete para imagens e situações concretas, para o não conhecedor da série a mesma música poderá conduzir a uma representação pessoal que não se afasta muito da realidade original.

O fenómeno da "ilusão musical" tem sido objecto de estudos científicos existindo artigos que o explicam de forma acessível aos leigos. Por exemplo, este interessante: Music special: The illusion of music.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Ciclo Um Ano De Cinema(s)

Os melhores filmes estreados entre Junho 2007 e Junho 2008
Em LISBOA:
NIMAS - 26 DE JUNHO A 3 DE SETEMBRO


SEXTA 27 JUNHO
Ocean's 13 - de Steven Soderbergh


SÁBADO 28 JUNHO
Querida Wendy - de Thomas Vinterberg

DOMINGO 29 JUNHO
Bug - de William Friedkin

SEGUNDA 30 JUNHO
Zodiac* - de David Fincher

TERÇA 01 JULHO
A Educação das Fadas - de José Luis Cuerda

QUARTA E QUINTA 02 E 03 JULHO
Lady Chatterley* - Pascale Ferran

SEXTA 04 JULHO
Mysterious Skin - Pele Misteriosa - de Gregg Araki

SÁBADO 05 JULHO
Os Simpsons - o filme (versão original) - de David Silverman

DOMINGO, 6 JULHO
Belle Toujours - de Manoel de Oliveira

SEGUNDA 07 JULHO
2 Dias em Paris - de Julie Delpy

TERÇA 08 JULHO
Os Fantasmas de Goya - de Milos Forman

QUARTA E QUINTA 09 E 10 JULHO
Control - de Anton Corbijn

SEXTA 11 JULHO
O Sabor da Melancia - de Tsai Ming-Liang

SÁBADO, 12 JULHO
O Escafandro e a Borboleta - de Julian Schnabel

DOMINGO, 13 JULHO
Ratatui (versão original) - de Brad Bird

SEGUNDA, 14 JULHO
Morte num Funeral - de Frank Oz

TERÇA, 15 JULHO
A Estranha em Mim - de Neil Jordan

QUARTA E QUINTA 16 E 17 JULHO
As Canções de Amor - de Christophe Honoré

SEXTA 18 JULHO
Muito Bem, Obrigado - de Emmanuelle Cuau

SÁBADO 19 JULHO
A Vida Interior de Martin Frost - de Paul Auster

DOMINGO 20 JULHO
Elizabeth - A Idade de Ouro - de Shekhar Kapur

SEGUNDA 21 JULHO
A Outra Margem - de Luís Filipe Rocha

TERÇA 22 JULHO
Paranoid Park - de Gus Van Sant

QUARTA E QUINTA 23 E 24 JULHO
4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias - de Cristian Mungiu

SEXTA 25 JULHO
O Assassinio de Jesse James Pelo Cobarde Robert Ford* - de Andrew Dominik

SÁBADO 26 JULHO
A Morte do Senhor Lazarescu* - de Cristi Puiu

DOMINGO 27 JULHO
12:08 - A Este de Bucareste - de Corneliu Porumboiu

SEGUNDA, 28 JULHO
O Sonho de Cassandra - de Woody Allen

TERÇA 29 JULHO
Jogos de Poder - de Mike Nichols

QUARTA E QUINTA 30 E 31 JULHO
The Darjeeling Limited - de Wes Anderson

SEXTA 01 AGOSTO
Sweeney Todd - O Terrivel Barbeiro de Flett Street - de Tim Burton

SÁBADO 02 AGOSTO
Enfim, Juntos - de Claude Berri

DOMINGO 03 AGOSTO
Imitação da Vida - de Douglas Sirk

SEGUNDA 04 AGOSTO
O Lado Selvagem* - de Sean Penn

TERÇA 05 AGOSTO
Expiação - de Joe Wright

QUARTA E QUINTA, 06 E 07 AGOSTO
Haverá Sangue * - de Paul Thomas Anderson

SEXTA 08 AGOSTO
Sedução, Conspiração * - de Ang Lee

SÁBADO 09 AGOSTO
O Menino de Cabul - de Marc Forster

DOMINGO 10 AGOSTO
Três Tempos - de Hou Hsiao Hsien

SEGUNDA 11 AGOSTO
No Vale de Elah - de Paul Haggis

TERÇA 12 AGOSTO
Michael Clayton - Uma Questão de Consciência - de Tony Gilroy

QUARTA E QUINTA 13 E 14 AGOSTO
Corações - de Alain Resnais

SEXTA 15 AGOSTO
Fados - de Carlos Saura

SÁBADO 16 AGOSTO
Por Culpa de Fidel - de Julie Gavras

DOMINGO 17 AGOSTO
Duas Irmãs, Um Rei - de Justin Chadwick

SEGUNDA 18 AGOSTO
Juno - de Jason Reitman

TERÇA 19 AGOSTO
O Amor Nos Tempos de Cólera* - de Mike Newell

QUARTA E QUINTA 20 E 21 AGOSTO
Este País Não é Para Velhos - de Ethan e Joel Coen

SEXTA 22 AGOSTO
O Capacete Dourado - de Jorge Cramez

SÁBADO 23 AGOSTO
Luz Silenciosa - de Carlos Reygadas

DOMINGO 24 AGOSTO
California Dreamin* - de Cristian Nemescu

SEGUNDA 25 AGOSTO
Uma Segunda Juventude - de Francis Ford Coppola

TERÇA 26 AGOSTO
Caramel - de Nadine Labaki

QUARTA E QUINTA 27 E 28 AGOSTO
O Segredo de um Cuscuz* - de Abdellatif Kechiche

SEXTA 29 AGOSTO
Shine A Light - de Martin Scorsese

SÁBADO 30 AGOSTO
Irina Palm - de Sam Garbarski

DOMINGO 31 AGOSTO
Nós Controlamos a Noite - de James Gray

SEGUNDA 01 SETEMBRO
A Ronda da Noite* - de Peter Greenaway

TERÇA E QUARTA 02 E 03 SETEMBRO
My Blueberry Nights - O Sabor do Amor - de Wong Kar-Wai

Preço Único: 3,50€
Sessões às 14h, 16h30, 19h, 21h30
Excepto onde assinalado com * 14h, 17h45, 21h30


No PORTO:
CINE ESTÚDIO DO TEATRO DO CAMPO ALEGRE
3 A 30 DE JULHO E DE 4 DE SETEMBRO A 8 DE OUTUBRO


INFORMAÇÃO COMPLETA EM:
CINEMAS MEDEIA.

This Week's Soundscape: Falling

Falling - Julee Cruise
(Twin Peaks OST)


segunda-feira, 23 de junho de 2008

Let's look at the trailer!

Um trailer que, em si, já é uma obra de arte.
Espera-se que o filme cumpra tão altas expectativas assim criadas.

(requer QuickTime para visualização)

Espelho meu, espelho meu... de que cor sou eu?

"S Africa Chinese 'become black'

The High Court in South Africa has ruled that Chinese South Africans are to be reclassified as black people. It made the order so that ethnic Chinese can benefit from government policies aimed at ending white domination in the private sector.
The Chinese Association of South Africa took the government to court, saying its members had been discriminated against.
An estimated 200,000 ethnic Chinese live in South Africa.


The association said their members often failed to qualify for business contracts and job promotions because they were regarded as whites. The association said Chinese South Africans had faced widespread discrimination during the years of apartheid when they had been classified as people of mixed race."

(in: BBC News)


Momento Kitsch - Eu gosto é do verão!

Após ter conseguido, este fim de semana, inaugurar (finalmente!) a época balnear, hoje acordei com uma musiquinha a martelar-me na cabeça e, volta e meia, eu a cantarolar:

"no verão os dias ficam "máiores",
no verão as roupas ficam menores
no verão o calor bate "rrrecores"
e os corpos libertam suores

Eu gosto é do Verão
De passearmos de prancha na mão.
Saltarmos e rirmos na praia
De nadar e apanhar um escaldão"

WTF???? E por mais voltas que desse à cabeça não conseguia lembrar-me de onde me tinha surgido esta "pérola". O Google deu-me a resposta:
(Eu gosto é do Verão - Fúria do açúcar)

Socorro! Isto será uma manifestação autónoma de um "eu" piroso e kitsch, que resolveu emancipar-se ou apenas um efeito secundário do excesso de sol na mona?


quarta-feira, 18 de junho de 2008

Análise: O bife

- "... E como é conviver com essa ambivalência?"
- "É assim...como odiar a realidade mas perceber que esse é o único lugar onde posso comer um bom bife". (Woody Allen dixit)*
- ... [silêncio]... bem... talvez fosse útil continuar a trabalhar este ponto na próxima semana.

(claro! o bife para mim tem de ser muito bem passado!)

* - Cloquet hated reality but realized it was still the only place to get a good steak. (Woody Allen)

Dias a cores I - Jacarandás

Li que existem cerca de 2000 jacarandás em Lisboa. São árvores peculiares cujas flores só se atrevem a mostrar-se aos primeiros calores de Maio (capricho de imigrante do sul), exibindo-se, depois, de forma ostentosa e impúdica, durante todo o mês de Junho, dominando, com a sua cor característica e intensa, as ruas, avenidas e parques de Lisboa.

(Foto: daqui)

"O nome decerto lhe foi dado por vozes quentes, tropicais. Só cantando o podemos dizer, a saborear-lhe as sílabas, prolongando a alegria da tónica: Ja-ca-ran-dáá. As flores brotam, triunfantes, decididas, a pincelar o negro dos braços nus. Dizem li-láás nos nossos olhos, na sala de espera de mais um verão. Retiram-se, discretas, quando o recorte verde das folhas se anuncia. Todos os anos as procuro nas velhas ruas da cidade. Receio que um dia lá não estejam. Quero que fiquem para contar do meu sorriso sazonal e da minha voz dizendo a quem passa: Vejam como estão lindos. Já floriram os ja-ca-ran-dáás!!"

Segundo Mário Cláudio, o grande poeta Eugénio de Andrade manteve, até ao final da sua vida, um "caso de amor" com estas árvores:

São eles que anunciam o verão.
Não sei doutra glória, doutro
paraíso: à sua entrada os jacarandás
estão em flor, um de cada lado.
E um sorriso, tranquila morada,
à minha espera.
O espaço a toda a roda
multiplica os seus espelhos, abre
varandas para o mar.
É como nos sonhos mais pueris:
posso voar quase rente
às núvens altas - irmão dos pássaros,
perder-me no ar

(Eugénio de Andrade)

(foto daqui)

Despedida
Junho chegou ao fim, a magoada
Luz dos jacarandás, que me pousava
Nos ombros, era agora o que tinha
Para repartir contigo
Um coração desmantelado
Que só aos gatos servirá de abrigo

(Eugénio de Andrade)


segunda-feira, 16 de junho de 2008

This Week's Soundscape: Time is Running Out

Time is Running Out - Muse

(cerca de 4 minutos daquele que, para mim, foi o melhor concerto do Rock in Rio 2008)

domingo, 15 de junho de 2008

Perdão?

Em 2009, a EDP vai partilhar os custos com consumidores
Os custos com as dívidas incobráveis da electricidade vão passar a ser pagos por todos os consumidores... (ler notícia)


WTF?
Será que viajei no tempo e estamos no dia 1 de Abril?

Natureza feminina?

"Gajas" do meus país que me desculpem (principalmente as muito politicamente correctas, as feministas, as que não vestem XS, as sem sentido de humor, etc. etc.), mas eu parti-me a rir quando vi este spot.
Pulicidade criativa baseada num excelente sentido da realidade.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Sugestão: A desconhecida.

La Sconociuta
De: Giuseppe Tornatore


Um misto de melodrama e thriller psicológico, centrado na personagem de Irena, uma imigrante ucraniana que, a viver numa cidade de Itália, parece ter como objectivo principal recuperar-se de um passado de violência e exploração sexual. Inicia uma actividade como empregada doméstica, mas rapidamente percebemos que a sua motivação primordial não é a questão monetária, que lhe permita a sobrevivência, mas outra, menos clara, que aos poucos se vai evidenciando. No entanto, quando parece aproximar-se dos seus reais objectivos, o passado e o presente conjugam-se para lhe trocar as voltas. E ao espectador também.

A forte componente dramática evolui lado a lado com um suspense de cariz “hitchcockiano”, para cuja intensidade muito contribui a inspirada partitura de Ennio Morricone e a excelência com que a desconhecida Ksenyia Rappoport encarna a personagem, simultaneamente soturna e obcessiva, de Irena. Como contraponto, e aspecto menos positivo, destaca-se a interpretação da figura do “vilão”, sem qualquer vestígio de densidade e que mais se assemelha a uma caricatura. No entanto, existindo mais pela ameaça que se expressa no comportamento da protagonista, do que pela sua intervenção visível, este erro de casting não chega para comprometer o filme na sua globalidade.

Fica a sugestão, antes que saia de cartaz. E o TRAILER para estimular o apetite.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

This Week's Soundscape: Paths Of Victory

Paths of Victory - Bob Dylan



República Checa 1 - Portugal 3
Ainda é cedo, até nem jogámos lá muito bem, mas já estamos quase nos quartos e, passado o sofrimento, só me apetece cantar :D
...
The trail is dusty
And my road it might be rough
,
But the better roads are waiting
And boys it ain't far off.

Trails of troubles,
Roads of battles,
Paths of victory,
We shall walk.
...
The gravel road is bumpy,
It's a hard road to ride,
But there's a clearer road a-waitin'
With the cinders on the side.

Trails of troubles,
Roads of battles,
Paths of victory,
We shall walk.
...

Lei de Murphy

Na sua essência a lei de Murphy exprime que "se alguma coisa tiver a mais remota hipótese de correr mal, correrá mal". E como corolário: "Quando as coisa já não podem piorar, pioram". Parece que agora os combustíveis estão a esgotar-se nos postos de abastecimento (por falta de abastecimento dos mesmos). Lá para o final da semana, só me resta levar uma cama para o trabalho e pernoitar por lá, a menos que já existam por aí unidades de "energia positiva" para alugar ou vender. Uma coisa temos de reconhecer: a recente campanha da Galp foi absolutamente visionária:

(felizmente a minha viatura é bem menor do que um autocarro e só precisa de circular na área metropolitana de Lisboa).

E assim, depois do meu fim de semana fantástico, cumpriu-se mais um postulado da lei de Murphy: "Se está na maior, não se preocupe. Há-de passar-lhe."
Não há direito!
F***-se!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Seria amanhã...



Mas agora vão ser longos meses de espera. Apesar de tudo, sinto que desta vez a "agonia" será menor. Afinal de contas, não ficou ninguém a espreitar para dentro de uma escotilha, ou com uma pistola apontada à cabeça, ou transmutado até ao irreconhecível, por obra sabe-se lá do quê. De certa forma há um capítulo que se encerra e é, como se daqui para a frente, fosse começar uma nova história. Estão algumas pontas por ligar, gaps por preencher, mistérios iniciais por explicar e, como habitual em Lost, novas perguntas que respostas recentes criaram. No entanto, penso que a história agora vai ser diferente. As próprias personagens mudaram. Um novo Jack, um novo Sayid, uma nova Sun (medo! muito medo!)... e as personagens recentemente introduzidas, vindas de outras histórias, ainda por contar, mas que acabaram por se cruzar com a dos sobreviventes do Oceanic 815.
A ansiedade da espera será certamente atenuada, nesta fase inicial com as visitas aos sites e fóruns onde se dicutem teorias e conspirações, onde se descodificam mensagens encriptadas (a minha vénia aos fãs profissionais que tanto trabalham nisto), depois vêm o verão e as férias, em que não sobra muito tempo para estar em casa, e depois é começar a rever o que ficou para trás. Com todas as revelações desta quarta temporada, certamente que todo o conjunto ganhará agora maior consistência. (Cada vez que penso o quão distantes estamos daquela primeira temporada!)



Neste interregno, a minha vénia maior vai para Michael Emerson, pela excelência com que consegue fazer coexistir, na personagem de Benjamin Linus, uma coerência extrema, quase doentia e, paradoxalmente, uma ambivalência imensurável, fazendo daquela personagem umas das figuras ficcionais mais manipuladoras, insondáveis e desconcertantes, alguma vez construídas.



Para atenuar a ressaca:
Living Lost: Why We're All Stuck on the Island (uma leitura interessante para ir digerindo ao longo destes meses)
e outras curiosidades em:
DarkUfo
Lost Portugal


terça-feira, 3 de junho de 2008

More human than human

Roy Batty: We're not computers, Sebastian, we're physical.

1982... 1992... 2007.
Blade Runner, neste
caso a versão final... neste caso, no grande ecrã. E no grande ecrã, o filme adquire (ainda mais) aquela dimensão que relega para um plano quase invisível a ténue fronteira que separa o que, quase compulsivamente, necessitamos de compartimentar em campos antagónicos e inconciliáveis. São-nos retirados os argumentos para discriminar o que decidimos ser diferente, mas cujas
similitudes vislumbradas nos fazem desejar tornar em algo tão infinitamente mais diferente que não nos possa tocar.

Roy Batty: I've seen things you people wouldn't believe. Attack ships on fire off the shoulder of Orion. I watched C-beams glitter in the dark near the Tannhauser gate. All those moments will be lost in time, like tears in rain. Time to die.


Ao integrar de forma exemplar todas as dualidades inerentes ao ser emocional, Blade Runner obriga-nos a uma profunda reflexão sobre o significado e os valores da vida e a fragilidade da existência. Na multiplicidade dos conflitos duais, o velho e derradeiro duelo não é o que separa o "eu" do "tu", ou o "bem" do "mal". Aqui o duelo definitivo é o que se trava pela vida, enquanto dádiva e experiência emocional suprema. Na morte, tudo se perde como as lágrimas que são derramadas sob a chuva. E é nesse duelo, em que a vida e a morte se confrontam, que o "eu" e o "tu" se surpreendem mutuamente, integrando-se numa dimensão única de frágil mas suprema humanidade.


Deckard: I don't know why he saved my life. Maybe in those last moments he loved life more than he ever had before. Not just his life, anybody's life, my life. All he'd wanted were the same answers the rest of us want. Where did I come from? Where am I going? How long have I got? All I could do was sit there and watch him die. (Blade Runner, 1982)


Sublime, profético, intemporal.
Uma visão apocalíptica do futuro que, paradoxalmente, encerra uma das mais tocantes exaltações da vida. E do cinema.

Blade Runner: What Does It Mean to Be Human?


This Week's Soundscape: Life and Death

Life and Death - Michael Giacchino
LOST OST

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Dia Mundial da Criança

Foi ontem.
Toda a gente soube.
E hoje? Alguém ainda se lembra?




sexta-feira, 30 de maio de 2008

Como foi previsto há cerca de 60 anos...


Um e-mail que recebi e do qual transcrevo alguns excertos:

"Exactamente, como foi previsto há cerca de 60 anos…

É uma questão de História lembrar que, quando o Supremo Comandante das Forças Aliadas (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, etc.), General Dwight D. Eisenhower encontrou as vítimas dos campos de concentração, ordenou que fosse feito o maior número possível de fotos, e fez com que os alemães das cidades vizinhas fossem guiados até aqueles campos e até mesmo enterrassem os mortos.

E o motivo, ele assim explanou: "Que se tenha o máximo de documentação - façam filmes - gravem testemunhos - porque, em algum momento ao longo da história, algum idiota se vai erguer e dirá que isto nunca aconteceu".

Relembrando:

Estamos há mais de 60 anos do término da Segunda Guerra Mundial.
Esta semana, o Reino Unido removeu o Holocausto dos seus currículos escolares porque "ofendia" a "população muçulmana", que afirma que o Holocausto nunca aconteceu... Este é um presságio assustador sobre o medo que está a atingir o mundo, e o quão facilmente cada país se está a deixar levar..."


(Auschwitz-Birkenau )


Recordando a já conhecida posição do Irão, e de outros países, sustentando que o "Holocausto é um mito", torna-se imperativo fazer com que o mundo jamais esqueça. Nem o Holocausto, nem outras limpezas étnicas, nem a Inquisição, nem Hiroshima e Nagasaki, nem o salazarismo, o estalinismo, o fascismo, o macarthismo, os "ayatolhahs", os talibãs ou o Bin Laden, nem o racismo, o apartheid ou a xenofobia, nem nem a Palestina, o Iraque, o Myanmar ou o Tibete, nem Guantanamo, nem pena de morte, nem continentes a morrer à fome!
Nem aqueles que, perante tudo isto, insistem em enfiar a cabeça na areia! Porra!


quinta-feira, 29 de maio de 2008

Se a minha vida tivesse banda sonora III

Go Or Go Ahead (Rufus Wainwright)

quarta-feira, 28 de maio de 2008

He's "such a little princess!"


Rufus Wainwright
28 e 29 de Junho 2008
Solo Special Show
Casa das Artes de Famalicão







Depois do grande
espectáculo no Coliseu de Lisboa em Novembro de 2007, Rufus volta a Portugal, desta vez apenas com a "bagagem de mão". Cantor, compositor, actor e um verdadeiro storyteller, Rufus Wainwright, com aparato ou sem ele, é sempre um acontecimento a não perder.

Elle... Moi.

Dans quelques années, quand je t'aurai oubliée, et que d'autres histoires comme celle-lá, par la force encore d'habitude, arriveront encore, je me souviendrai de toi comme de l'oulbli de l'amour même. Je penserai à cette histoire comme à l'horreur de l'oubli. Je le sais dejá.

...

Du temps passera. Du temps seulement. Et du temps va venir. Où nous ne saurons plus du tout nommer ce que nos unira. Le nom s'en effacera peu à peu de notre memoire. Puis il disparaîtra tout à fait.

(Hiroshima, mon amour)


segunda-feira, 26 de maio de 2008

This week's soundscape: "The Greatest"


Cat Power para ver e ouvir hoje à noite no Coliseu de Lisboa.
Até lá, fica "The Greatest" .
(aqui com imagens do filme My Blueberry Nights de cuja banda sonora faz parte)

domingo, 25 de maio de 2008

Sessão dupla: adrenalina x 2


Homem de Ferro

Título original: Iron Man
De: Jon Favreau
Com: Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Terrence Howard, Jeff Bridges, Jon Favreau
Género: Acção, Aventura
EUA, 2008, Cores, 127 min.

Mesmo já tendo ouvido/lido algumas opiniões favoráveis, foi uma surpresa pela positiva. A personagem por detrás do super-herói, Tony Stark, apresenta-se excelentemente construída, não descurando nenhum pormenor da sua complexidade e Robert Downey Jr., com um desempenho notável, conseguiu captar e transmitir todas as nuances
de uma personalidade em mutação no sentido de uma fidelização cada vez maior a um ideal.
O super-herói, que começa por esboçar-se como um ardiloso estratagema de sobrevivência, evolui e aperfeiçoa-se como resultado da inquietude dessa personalidade, da sua inteligência, sagacidade e persistência. Neste processo é sempre perceptível a linha divisória que diferencia a personagem na sua identidade real, com as potencialidades e limites de um ser humano, do artefacto exógeno que eleva o homem à condição de super-herói.
Em resumo, Iron Man pode definir-se como um objecto de entretenimento inteligente, que proporciona as doses necessárias de acção e de suspense mas sem descurar a complexidade do elemento humano subjacente a este super-herói.

6/10.



Shine a light

Título original: Shine a Light
De: Martin Scorsese
Género: Documentário
EUA/GB, 2008, Cores, 122 min.


Não chega a ser um documentário. Pouco mais do que a gravação de um concerto (Beacon Theater, Nova York, 2006), quase poderia ser catalogado como um DVD musical. No entanto, Scorcese, acaba por se apropriar de cada uma das "personagens" tornando-as suas. E são essas suas personagens que vemos em palco. A mestria da realização, ajudada por uma execelente montagem, consegue catapultar-nos para o meio da multidão, dando-nos a viva sensação de estar "lá". Uma experiência sensorial assaz vívida, em que os nossos sentidos são guiados pelas câmaras manipuladoras do mestre de tal forma que eu, que nunca fui grande fã dos Stones, acabei cativada pelos Stones de Scorcese. Quanto aos protagonistas, fiquei impressionada com a vitalidade que ainda ostentam, bem visível quando "contracenam" com os seus convidados várias décadas mais jovens. Goste-se mais ou goste-se menos, não há dúvida que a luz ainda brilha. O filme não será certamente a obra-prima do mestre e, mais certamente ainda, nunca terá tido essa aspiração. Mas são duas horas de adrenalina musical e de imagens que vão perdurar.

6/10.


quinta-feira, 22 de maio de 2008

And I don't miss you!

...
And valleys are high
Mountains are level
Truth is a lie
I'm perfectly fine
And I don't miss you
The sky is green
And the grass is blue
...
And my tears are dry
Swans hate the water
And eagles can't fly
But I'm alright now
Now that I'm over you
And the sky is green
And the grass is blue
And I don't love you
And the grass is blue.


I don't love you anymore!



Faz hoje seis anos.
Foi como deixar de sentir a dor de um órgão doente que foi necessário remover. E passar a existir com a dor do vazio deixado por essa espécie de auto-mutilação.

Hoje passei naquele café à beira mar e, em pensamento, deixei sobre a mesa uma flor amarela. Voltei as costas e, rapidamente, dirigi-me para o carro. Lágrimas? Não. Eram gotas de chuva misturadas com a maresia.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

"I wish I was an octopus"

E não... não é para dar 8 abracinhos ao mesmo tempo.
É para, em vez de fugir a sete pés, poder fugir com 8!


A Ronda da Noite
Título original: Nightwatching
De: Peter Greenaway
Com: Martin Freeman, Emily Holmes, Eva Birthistle
Género: Drama
ALE/CAN/FRA/GB/HOL/POL, 2007, Cores, 134 min.




0/10



Um longo bocejo, um rascunho de... guião(?), um pretensiosismo que chega a ser ofensivo, interpretações sofríveis, a do protagonista para lá de péssima, enfim... não me lembro da última vez que tenha visto algo tão mau.
Inenarrável.

A solidão é um lugar frio

Corações
Título original: Coeurs
De: Alain Resnais
Com: Sabine Azéma, André Dussollier, Pierre Arditi, Lambert Wilson, Isabelle Carré, Laura Morante,
Género: (Comédia) Drama
FRA/ITA, 2006, Cores, 120 min.

Adaptação ao cinema da peça Private Fears in Public Places, de Alan Ayckbourn, Coeurs é um retrato amargo e amargurado das solidões a que seis pessoas almejam fugir, mas às quais permanecem acorrentadas por força dos seus medos e incapacidade de arcar com os riscos da coexistência. Os momentos de humor iniciais nunca nos permitem mais do que um sorriso semi-amargo que se vai desvanecendo, deixando lugar sucessivamente ao vazio e à desolação. A estética visual é inteligente e eficaz na forma como sublinha a fugacidade dos momentos em que as vidas das personagens se cruzam, em prelúdios de relacionamentos, cujos intervenientes, na sua resignação, parecem não saber como salvar da inumação sob um frio manto de neve.
Um filme que parece ter passado ao lado de uma vasta faixa de público, mas que merece ser visto e apreciado.

7/10.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

A última valsa


11-05-2008

sexta-feira, 9 de maio de 2008

É oficial!


(imagem surripiada DAQUI)

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Não há nada de errado com a tarte de mirtilo!

.
O Sabor do Amor
Título original: My Blueberry Nights
De: Wong Kar-wai
Com: Jude Law, Norah Jones, Rachel Weisz, David Strathairn,Natalie Portman
Género: Drama, Romance
EUA, 2007, Cores, 90 min





6/10



Jeremy: Every night it's like this: the chocolate cake and the vanilla dessert are gone, that one and sweet are half eaten, but the blueberry pie remains alone, untouched.
Elizabeth: W
hy? what's wrong with the blueberry pie?
Jeremy: There's nothing wrong with the blueberry pie. it's just that at the end of the night, people made other choices. you can't blame the blueberry pie for that.
Elizabeth: Wait! I want a piece.


Confesso que sou uma completa apaixonada pela estética de Wong Kar Wai.
A forma como capta as imagens e cria interacções perfeitas com as peças musicais são, por si só, capazes de contar uma história. Wong Kar Wai podia fazer um filme mudo e sem necessitar daqueles quadrinhos com os diálogos após cada cena.

A forma como usa a câmara desperta-me o gozo voyeurista de olhar por uma porta ou janela entreabertas ou através de um vidro embaciado, de captar um reflexo num espelho ou perscrutar o que se esconde numa nuvem de fumo de cigarro. O desvendar dos detalhes e de todas as suas nuances, em cada gesto, em cada olhar, em cada sombra, através de movimentos de câmara lenta torna-se quase um processo de degustação de um verdadeiro produto gourmet.

Sou apaixonada pelas suas personagens errantes, que deambulam pela vida à procura de algo que teima em escapar-lhes ou que, muitas vezes, não chega sequer a definir-se. Personagens que não conduzem as suas vidas, sendo antes conduzidas pelo fluir caprichoso da própria vida. Talvez porque Wong Kar Wai faz os seus filmes sem guião.

Em "My Blueberry Nights", Elizabeth é uma jovem confrontada com final de uma relação amorosa, após o namorado a ter trocado por outra pessoa. Encontra por acaso o café de Jeremy, onde após um primeiro desabafo, acaba por se identificar... com a tarte de mirtilo, a tal que no final da noite permanece preterida, porque, apesar de tão doce e saborosa quanto as restantes sobremesas, as pessoas acabam por fazer outras escolhas.

Num ímpeto, decide empreender uma viagem pela América, não sabemos bem se de fuga ou se em busca de algo, e na qual encontra pessoas ainda mais à deriva do que ela própria. É curioso como, neste filme, as personagens secundárias são as que apresentam maior definição e densidade dramáticas. Os seus dramas e a incapacidade para lidar com eles funcionam para Elizabeth como um espelho que reflecte o que a diferencia dos demais, consolidando a sua identidade e fazendo-lhe renascer a auto-estima. Nos dramas alheios e na sua disponibilidade para os partilhar, Elizabeth acaba por se reencontrar.

Ao nível das interpretações, Norah Jones tem uma estreia convincente, encarnando muito bem a personagem, mas o destaque maior vai para a dupla David Strathairn e Rachel Weisz, que interpretam um ex-casal, em eterno desencontro e conflito. Aliás a interacção de Elizabeth com estas personagens (o polícia Arnie Copeland e a sua ex-mulher, e eterna amada, Sue Lynne) é simultaneamente comovente e perturbadora, parecendo-me o segmento mais conseguido de todo o filme.

A banda sonora é, mais uma vez, um elemento indissociável da estética das imagens e dos sentimentos. Para além de um novo arranjo do já conhecido "Yumeji's Theme" de Shigeru Umebayashi, inclui nomes como Ry Cooder, Otis Redding, Cat Power (fantástico como resulta no filme o tema "The Greatest"), Gustavo Santaolalla, entre outros.

"My Blueberry Nights" tem desiludido o público e a crítica como nenhum dos filmes anteriores do cineasta. Está de facto uns patamares abaixo das suas obras maiores como "In The Mood For Love", a sua sequela "2046", "Happy Together" e "Days of Being Wild". Retém contudo a marca indelével e inconfundível do seu autor o que, só por si, é motivo de visionamento obrigatório.

nota importante: EU sou a primeira pessoa que eu conheço a gostar do filme... :p
corolário: logo, presumo que esta minha opinião não deva ser levada em grande consideração.


A quem possa interessar: A Red Carpet do mês de Maio traz um excelente artigo, da autoria de Nuno Gonçalves, sobre Wong Kar Wai e a sua obra.