domingo, 25 de maio de 2008

Sessão dupla: adrenalina x 2


Homem de Ferro

Título original: Iron Man
De: Jon Favreau
Com: Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Terrence Howard, Jeff Bridges, Jon Favreau
Género: Acção, Aventura
EUA, 2008, Cores, 127 min.

Mesmo já tendo ouvido/lido algumas opiniões favoráveis, foi uma surpresa pela positiva. A personagem por detrás do super-herói, Tony Stark, apresenta-se excelentemente construída, não descurando nenhum pormenor da sua complexidade e Robert Downey Jr., com um desempenho notável, conseguiu captar e transmitir todas as nuances
de uma personalidade em mutação no sentido de uma fidelização cada vez maior a um ideal.
O super-herói, que começa por esboçar-se como um ardiloso estratagema de sobrevivência, evolui e aperfeiçoa-se como resultado da inquietude dessa personalidade, da sua inteligência, sagacidade e persistência. Neste processo é sempre perceptível a linha divisória que diferencia a personagem na sua identidade real, com as potencialidades e limites de um ser humano, do artefacto exógeno que eleva o homem à condição de super-herói.
Em resumo, Iron Man pode definir-se como um objecto de entretenimento inteligente, que proporciona as doses necessárias de acção e de suspense mas sem descurar a complexidade do elemento humano subjacente a este super-herói.

6/10.



Shine a light

Título original: Shine a Light
De: Martin Scorsese
Género: Documentário
EUA/GB, 2008, Cores, 122 min.


Não chega a ser um documentário. Pouco mais do que a gravação de um concerto (Beacon Theater, Nova York, 2006), quase poderia ser catalogado como um DVD musical. No entanto, Scorcese, acaba por se apropriar de cada uma das "personagens" tornando-as suas. E são essas suas personagens que vemos em palco. A mestria da realização, ajudada por uma execelente montagem, consegue catapultar-nos para o meio da multidão, dando-nos a viva sensação de estar "lá". Uma experiência sensorial assaz vívida, em que os nossos sentidos são guiados pelas câmaras manipuladoras do mestre de tal forma que eu, que nunca fui grande fã dos Stones, acabei cativada pelos Stones de Scorcese. Quanto aos protagonistas, fiquei impressionada com a vitalidade que ainda ostentam, bem visível quando "contracenam" com os seus convidados várias décadas mais jovens. Goste-se mais ou goste-se menos, não há dúvida que a luz ainda brilha. O filme não será certamente a obra-prima do mestre e, mais certamente ainda, nunca terá tido essa aspiração. Mas são duas horas de adrenalina musical e de imagens que vão perdurar.

6/10.


1 comentário:

Alice disse...

Não sendo grande propriamente fã destas coisas tipo blockbuster e de super-heróis Marvel, lá fui com os meus sobrinhos ver o Iron Man. E não é que até gostei? Robert Downey Jr. superou o desafio com distinção.

Quanto ao Shine a Light... o concerto foi, como soi dizer-se, "sempre a bombar" e Scorcese não sabe fazer nada mal feito.

E ficou óbvio que Johnny Depp deve ser fãzérrimo dos Stones, e se inspirou neles para criar o seu Jack Sparrow: um misto de visual Keith Richards e de maneirismos Mike Jagger (quais sol na cabeça qual carapuça!)

beijocas.