sexta-feira, 30 de maio de 2008

Como foi previsto há cerca de 60 anos...


Um e-mail que recebi e do qual transcrevo alguns excertos:

"Exactamente, como foi previsto há cerca de 60 anos…

É uma questão de História lembrar que, quando o Supremo Comandante das Forças Aliadas (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, etc.), General Dwight D. Eisenhower encontrou as vítimas dos campos de concentração, ordenou que fosse feito o maior número possível de fotos, e fez com que os alemães das cidades vizinhas fossem guiados até aqueles campos e até mesmo enterrassem os mortos.

E o motivo, ele assim explanou: "Que se tenha o máximo de documentação - façam filmes - gravem testemunhos - porque, em algum momento ao longo da história, algum idiota se vai erguer e dirá que isto nunca aconteceu".

Relembrando:

Estamos há mais de 60 anos do término da Segunda Guerra Mundial.
Esta semana, o Reino Unido removeu o Holocausto dos seus currículos escolares porque "ofendia" a "população muçulmana", que afirma que o Holocausto nunca aconteceu... Este é um presságio assustador sobre o medo que está a atingir o mundo, e o quão facilmente cada país se está a deixar levar..."


(Auschwitz-Birkenau )


Recordando a já conhecida posição do Irão, e de outros países, sustentando que o "Holocausto é um mito", torna-se imperativo fazer com que o mundo jamais esqueça. Nem o Holocausto, nem outras limpezas étnicas, nem a Inquisição, nem Hiroshima e Nagasaki, nem o salazarismo, o estalinismo, o fascismo, o macarthismo, os "ayatolhahs", os talibãs ou o Bin Laden, nem o racismo, o apartheid ou a xenofobia, nem nem a Palestina, o Iraque, o Myanmar ou o Tibete, nem Guantanamo, nem pena de morte, nem continentes a morrer à fome!
Nem aqueles que, perante tudo isto, insistem em enfiar a cabeça na areia! Porra!


quinta-feira, 29 de maio de 2008

Se a minha vida tivesse banda sonora III

Go Or Go Ahead (Rufus Wainwright)

quarta-feira, 28 de maio de 2008

He's "such a little princess!"


Rufus Wainwright
28 e 29 de Junho 2008
Solo Special Show
Casa das Artes de Famalicão







Depois do grande
espectáculo no Coliseu de Lisboa em Novembro de 2007, Rufus volta a Portugal, desta vez apenas com a "bagagem de mão". Cantor, compositor, actor e um verdadeiro storyteller, Rufus Wainwright, com aparato ou sem ele, é sempre um acontecimento a não perder.

Elle... Moi.

Dans quelques années, quand je t'aurai oubliée, et que d'autres histoires comme celle-lá, par la force encore d'habitude, arriveront encore, je me souviendrai de toi comme de l'oulbli de l'amour même. Je penserai à cette histoire comme à l'horreur de l'oubli. Je le sais dejá.

...

Du temps passera. Du temps seulement. Et du temps va venir. Où nous ne saurons plus du tout nommer ce que nos unira. Le nom s'en effacera peu à peu de notre memoire. Puis il disparaîtra tout à fait.

(Hiroshima, mon amour)


segunda-feira, 26 de maio de 2008

This week's soundscape: "The Greatest"


Cat Power para ver e ouvir hoje à noite no Coliseu de Lisboa.
Até lá, fica "The Greatest" .
(aqui com imagens do filme My Blueberry Nights de cuja banda sonora faz parte)

domingo, 25 de maio de 2008

Sessão dupla: adrenalina x 2


Homem de Ferro

Título original: Iron Man
De: Jon Favreau
Com: Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Terrence Howard, Jeff Bridges, Jon Favreau
Género: Acção, Aventura
EUA, 2008, Cores, 127 min.

Mesmo já tendo ouvido/lido algumas opiniões favoráveis, foi uma surpresa pela positiva. A personagem por detrás do super-herói, Tony Stark, apresenta-se excelentemente construída, não descurando nenhum pormenor da sua complexidade e Robert Downey Jr., com um desempenho notável, conseguiu captar e transmitir todas as nuances
de uma personalidade em mutação no sentido de uma fidelização cada vez maior a um ideal.
O super-herói, que começa por esboçar-se como um ardiloso estratagema de sobrevivência, evolui e aperfeiçoa-se como resultado da inquietude dessa personalidade, da sua inteligência, sagacidade e persistência. Neste processo é sempre perceptível a linha divisória que diferencia a personagem na sua identidade real, com as potencialidades e limites de um ser humano, do artefacto exógeno que eleva o homem à condição de super-herói.
Em resumo, Iron Man pode definir-se como um objecto de entretenimento inteligente, que proporciona as doses necessárias de acção e de suspense mas sem descurar a complexidade do elemento humano subjacente a este super-herói.

6/10.



Shine a light

Título original: Shine a Light
De: Martin Scorsese
Género: Documentário
EUA/GB, 2008, Cores, 122 min.


Não chega a ser um documentário. Pouco mais do que a gravação de um concerto (Beacon Theater, Nova York, 2006), quase poderia ser catalogado como um DVD musical. No entanto, Scorcese, acaba por se apropriar de cada uma das "personagens" tornando-as suas. E são essas suas personagens que vemos em palco. A mestria da realização, ajudada por uma execelente montagem, consegue catapultar-nos para o meio da multidão, dando-nos a viva sensação de estar "lá". Uma experiência sensorial assaz vívida, em que os nossos sentidos são guiados pelas câmaras manipuladoras do mestre de tal forma que eu, que nunca fui grande fã dos Stones, acabei cativada pelos Stones de Scorcese. Quanto aos protagonistas, fiquei impressionada com a vitalidade que ainda ostentam, bem visível quando "contracenam" com os seus convidados várias décadas mais jovens. Goste-se mais ou goste-se menos, não há dúvida que a luz ainda brilha. O filme não será certamente a obra-prima do mestre e, mais certamente ainda, nunca terá tido essa aspiração. Mas são duas horas de adrenalina musical e de imagens que vão perdurar.

6/10.


quinta-feira, 22 de maio de 2008

And I don't miss you!

...
And valleys are high
Mountains are level
Truth is a lie
I'm perfectly fine
And I don't miss you
The sky is green
And the grass is blue
...
And my tears are dry
Swans hate the water
And eagles can't fly
But I'm alright now
Now that I'm over you
And the sky is green
And the grass is blue
And I don't love you
And the grass is blue.


I don't love you anymore!



Faz hoje seis anos.
Foi como deixar de sentir a dor de um órgão doente que foi necessário remover. E passar a existir com a dor do vazio deixado por essa espécie de auto-mutilação.

Hoje passei naquele café à beira mar e, em pensamento, deixei sobre a mesa uma flor amarela. Voltei as costas e, rapidamente, dirigi-me para o carro. Lágrimas? Não. Eram gotas de chuva misturadas com a maresia.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

"I wish I was an octopus"

E não... não é para dar 8 abracinhos ao mesmo tempo.
É para, em vez de fugir a sete pés, poder fugir com 8!


A Ronda da Noite
Título original: Nightwatching
De: Peter Greenaway
Com: Martin Freeman, Emily Holmes, Eva Birthistle
Género: Drama
ALE/CAN/FRA/GB/HOL/POL, 2007, Cores, 134 min.




0/10



Um longo bocejo, um rascunho de... guião(?), um pretensiosismo que chega a ser ofensivo, interpretações sofríveis, a do protagonista para lá de péssima, enfim... não me lembro da última vez que tenha visto algo tão mau.
Inenarrável.

A solidão é um lugar frio

Corações
Título original: Coeurs
De: Alain Resnais
Com: Sabine Azéma, André Dussollier, Pierre Arditi, Lambert Wilson, Isabelle Carré, Laura Morante,
Género: (Comédia) Drama
FRA/ITA, 2006, Cores, 120 min.

Adaptação ao cinema da peça Private Fears in Public Places, de Alan Ayckbourn, Coeurs é um retrato amargo e amargurado das solidões a que seis pessoas almejam fugir, mas às quais permanecem acorrentadas por força dos seus medos e incapacidade de arcar com os riscos da coexistência. Os momentos de humor iniciais nunca nos permitem mais do que um sorriso semi-amargo que se vai desvanecendo, deixando lugar sucessivamente ao vazio e à desolação. A estética visual é inteligente e eficaz na forma como sublinha a fugacidade dos momentos em que as vidas das personagens se cruzam, em prelúdios de relacionamentos, cujos intervenientes, na sua resignação, parecem não saber como salvar da inumação sob um frio manto de neve.
Um filme que parece ter passado ao lado de uma vasta faixa de público, mas que merece ser visto e apreciado.

7/10.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

A última valsa


11-05-2008

sexta-feira, 9 de maio de 2008

É oficial!


(imagem surripiada DAQUI)

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Não há nada de errado com a tarte de mirtilo!

.
O Sabor do Amor
Título original: My Blueberry Nights
De: Wong Kar-wai
Com: Jude Law, Norah Jones, Rachel Weisz, David Strathairn,Natalie Portman
Género: Drama, Romance
EUA, 2007, Cores, 90 min





6/10



Jeremy: Every night it's like this: the chocolate cake and the vanilla dessert are gone, that one and sweet are half eaten, but the blueberry pie remains alone, untouched.
Elizabeth: W
hy? what's wrong with the blueberry pie?
Jeremy: There's nothing wrong with the blueberry pie. it's just that at the end of the night, people made other choices. you can't blame the blueberry pie for that.
Elizabeth: Wait! I want a piece.


Confesso que sou uma completa apaixonada pela estética de Wong Kar Wai.
A forma como capta as imagens e cria interacções perfeitas com as peças musicais são, por si só, capazes de contar uma história. Wong Kar Wai podia fazer um filme mudo e sem necessitar daqueles quadrinhos com os diálogos após cada cena.

A forma como usa a câmara desperta-me o gozo voyeurista de olhar por uma porta ou janela entreabertas ou através de um vidro embaciado, de captar um reflexo num espelho ou perscrutar o que se esconde numa nuvem de fumo de cigarro. O desvendar dos detalhes e de todas as suas nuances, em cada gesto, em cada olhar, em cada sombra, através de movimentos de câmara lenta torna-se quase um processo de degustação de um verdadeiro produto gourmet.

Sou apaixonada pelas suas personagens errantes, que deambulam pela vida à procura de algo que teima em escapar-lhes ou que, muitas vezes, não chega sequer a definir-se. Personagens que não conduzem as suas vidas, sendo antes conduzidas pelo fluir caprichoso da própria vida. Talvez porque Wong Kar Wai faz os seus filmes sem guião.

Em "My Blueberry Nights", Elizabeth é uma jovem confrontada com final de uma relação amorosa, após o namorado a ter trocado por outra pessoa. Encontra por acaso o café de Jeremy, onde após um primeiro desabafo, acaba por se identificar... com a tarte de mirtilo, a tal que no final da noite permanece preterida, porque, apesar de tão doce e saborosa quanto as restantes sobremesas, as pessoas acabam por fazer outras escolhas.

Num ímpeto, decide empreender uma viagem pela América, não sabemos bem se de fuga ou se em busca de algo, e na qual encontra pessoas ainda mais à deriva do que ela própria. É curioso como, neste filme, as personagens secundárias são as que apresentam maior definição e densidade dramáticas. Os seus dramas e a incapacidade para lidar com eles funcionam para Elizabeth como um espelho que reflecte o que a diferencia dos demais, consolidando a sua identidade e fazendo-lhe renascer a auto-estima. Nos dramas alheios e na sua disponibilidade para os partilhar, Elizabeth acaba por se reencontrar.

Ao nível das interpretações, Norah Jones tem uma estreia convincente, encarnando muito bem a personagem, mas o destaque maior vai para a dupla David Strathairn e Rachel Weisz, que interpretam um ex-casal, em eterno desencontro e conflito. Aliás a interacção de Elizabeth com estas personagens (o polícia Arnie Copeland e a sua ex-mulher, e eterna amada, Sue Lynne) é simultaneamente comovente e perturbadora, parecendo-me o segmento mais conseguido de todo o filme.

A banda sonora é, mais uma vez, um elemento indissociável da estética das imagens e dos sentimentos. Para além de um novo arranjo do já conhecido "Yumeji's Theme" de Shigeru Umebayashi, inclui nomes como Ry Cooder, Otis Redding, Cat Power (fantástico como resulta no filme o tema "The Greatest"), Gustavo Santaolalla, entre outros.

"My Blueberry Nights" tem desiludido o público e a crítica como nenhum dos filmes anteriores do cineasta. Está de facto uns patamares abaixo das suas obras maiores como "In The Mood For Love", a sua sequela "2046", "Happy Together" e "Days of Being Wild". Retém contudo a marca indelével e inconfundível do seu autor o que, só por si, é motivo de visionamento obrigatório.

nota importante: EU sou a primeira pessoa que eu conheço a gostar do filme... :p
corolário: logo, presumo que esta minha opinião não deva ser levada em grande consideração.


A quem possa interessar: A Red Carpet do mês de Maio traz um excelente artigo, da autoria de Nuno Gonçalves, sobre Wong Kar Wai e a sua obra.

Ligações perigosas


Boarding Gate - Porta de Embarque
Título original: Boarding Gate
De: Olivier Assayas
Com: Asia Argento, Michael Madsen, Carl Ng, Kelly Lin
Género: Thriller
FRA/LUX, 2007, Cores, 106 min.





4/10



Sandra (Asia Argento) é uma jovem italiana a viver em Londres, com um passado de prostituição e um relacionamento amoroso frustrado e moribundo com um empresário que alguns inimigos pretendem eliminar. O desejo de Sandra é romper com o passado e iniciar uma nova vida, o que passa pela compra de uma discoteca em Pequim, com o seu novo amante Lester Wang. No entanto, cai numa armadilha, e é obrigada a partir para Hong-Kong onde se descobre envolvida num complexo e perigoso jogo de manipulação que lhe frustra os planos, os sentimentos e lhe coloca a vida em risco.

O desequilíbrio do filme é evidente. Uma primeira metade sem um fio condutor, num nítido "engonhanço" sem qualquer propósito visível, um longo bocejo... cerca de uma hora que podia ser resumida em cinco minutos. Em contraste, uma segunda metade bastante interessante em termos de intriga e de acção, e em que o submundo da cidade de Hong-Kong surge bem retratado no seu cosmopolitismo multicultural e multiétnico. Este aspecto, já vislumbrado na parte da acção decorrida em Londres, acaba por ser um dos detalhes que contribuem para salvar o filme de um fracasso maior. O outro detalhe chama-se Asia Argento que se revela uma actriz prometedora e que, conduzida com arte, pode vir a surpreender num futuro próximo. O seu rosto e as suas feições pouco convencionais têm um impacto difícil de descrever.

domingo, 4 de maio de 2008

Já não há pachorra!

Nunca me interessei especialmente por política, principalmente quando se trata de política partidária. Claro que há momentos em que ela nos entra pela casa adentro, pelos ouvidos e pelos olhos, sempre que liga uma televisão, o rádio, ou se olha para a capa de um jornal enquanto esperamos na fila de pagamento da bomba de abastecimento de combustível.

Considero que os políticos são na generalidade entidades rasteiras. Com a crise recente no PSD, acho que já desceram de rasteiros e mais parecem andar a chafurdar no esgoto. Não resisto a transcrever a forma perspicaz como como Baptista-Bastos descreve a situação (não, não é uma caricatura, é mesmo a realidade) :

«Cavaco despreza Santana, que deprecia Pacheco, que desdenha Menezes, que odeia Rio, que apouca Santana, que detesta Pacheco, que menospreza Menezes, que desconsidera Marcelo, que destrata Patinha, que desaprecia Borges, que caustica Santana, que aborrece Mendes, que desvaloriza Pacheco, que atazana Santana, que rebaixa Leite, que desabona Menezes, Mendes, Santana, Patinha, Aguiar, e todos os outros restantes; e todos os outros restantes abominam os anteriores.
(...) Quem ama e quem odeia quem? No último Expresso, António Pinto Leite rematava a sua habitual artigalhada com um místico suspiro: "Haja PSD."
[>> artigo completo]

Haja PSD?! haja pachorra!... digo eu!.

Já não há pachorra para estes senhores e também já não há pachorra para quem insiste em dar-lhes tempo de antena. Quando o PSD tiver um novo líder alguém que me avise, para eu conseguir voltar a ver os noticiários.

O pior de tudo: somos nós que andamos a financiar estes caramelos e estes carnavais. Por isso meus senhores, com o devido respeito, vão todos...


sexta-feira, 2 de maio de 2008

Full color mood


Dancing Through Sunflowers


I'm running into a field of earth-bound suns,
glittering green and gold, lovely lemon and lime,
growing tall in spring dewshine.

I'm dancing through a field of happy faces
swaying on long stems and with hair of flowers
that feed my life-force with their solar powers.

I'm sinking into a mound of amber
made from petals fallen to ground
keeping me warm as twilight comes around

I'm burying deeper into the amber down,
while hearing winter's approaching sigh,
knowing the eclipse will soon pass by.

(by Wendy M Peterson)