sábado, 16 de fevereiro de 2008

How about a shave?


Sweeney Todd: O Terrível Barbeiro de Fleet Street



Título original: Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street
De: Tim Burton
Com: Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Alan Rickman, Sacha Baron Cohen
Género: Musical, Thriller
EUA/GB, 2007, Cores, 116 min.














"I can guarantee the closest shave you'll ever know"


Mestre das ambiências góticas, quem melhor do Tim Burton para transpor, do palco para a tela, a peça escrita por Stephen Sondheim e Hugh Wheeler? As imagens de um certo ambiente londrino do séc. XIX, e de um seu submundo escuro, nebuloso e com cheiro a esgoto, estão em perfeita consonância com o espírito atormentado e sedento de vingança de Sweeney Todd, a personalidade maléfica, pejada de inveja, do juíz Turpin e a ambição pouco escrupulosa de Mrs. Lovett. Em contraste, alguns fragmentos coloridos do passado feliz de Benjamin Barker, do despertar de um romance entre dois jovens (Anthony e Johanna) e o vermelho vivo do sangue que vemos jorrar de cada vítima.



Johnny Depp e Helena Bonham Carter estão perfeitos nas suas personagens: um Sweeney Todd impiedosamente vingativo e uma Mrs. Lovett movida pela ambição e pelo desejo (um aparte para dizer que Bonham Carter, com o seu desempenho e a forma como se apropria da sua personagem, nada fica a dever ao nomeado Johnny Depp). Sasha Baron Cohen, encontra aqui um papel que lhe assenta na perfeição: a personagem burlesca de Adolfo Pirelli, cuja comicidade permite aliviar a espaços a carga dramática da história.


No entanto fica o sabor de uma meia decepção, o sentimento de que Burton não explorou ao extremo as potencialidades que o material narrativo encerra. De Tim Burton esperava-se uma encenação mais hiperbólica de toda a tragédia, dos sentimentos individuais e do próprio espaço. Se foi uma opção pela contenção, ou uma aposta em jogar pelo seguro, não o saberemos, mas eu, pessoalmente, gostaria de ter visto o arrojo, a irreverência e o radicalismo que a obra de base obviamente permite e que Burton teria toda a capacidade executar.


Apesar das limitações (Tim Burton habituou-nos a ser exigentes), é obviamente um filme obrigatório.

7/10.



1 comentário:

So.Broken disse...

Depois de tantas expectativas acabou por ser, também para mim, algo frustrante.
Se me abstrair das expectativas criadas, é um excelente trabalho.
Excelentes os protagonistas, mas face à concorrência este ainda não será o ano de Depp (penso eu)